Oficinas de Cartografia Afetiva

Como podemos construir juntos a memória afetiva do território e das cidades que habitamos

Oferecer uma oficina prática na qual os participantes possam vivenciar a abordagem da cartografia afetiva e ao exercício de cartografar reconheçam a si mesmos ao saberem onde estão e para onde estão caminhando e suas implicações no campo social, na construção da realidade e de territórios educadores.

Responsável pelo desenho e facilitação das oficinas em parceria com Francina Buonanotte

Para as duas oficinas realizadas (ECJD mai/18 e Teatro de Contêiner mar/19) foi utilizada como abordagem e fundamentação teórica os trabalhos de Suely Rolnik relacionados ao campo da cartografia:

“Para os geógrafos, a cartografia - diferentemente do mapa, representação de um todo estático - é um desenho que acompanha e se faz ao mesmo tempo que os movimentos de transformação da paisagem. Paisagens psicossociais também são cartografáveis. A cartografia, nesse caso, acompanha e se faz ao mesmo tempo que o desmanchamento de certos mundos - sua perda de sentido - e a formação de outros: mundos que se criam para expressar afetos contemporâneos, em relação aos quais os universos vigentes tornaram-se obsoletos."

“podemos tentar definir melhor a prática do cartógrafo. Afirmávamos que ela diz respeito, fundamentalmente, às estratégias das formações do desejo no campo social. Agora, podemos dizer que ela é, em si mesma, um espaço de exercício ativo de tais estratégias. Espaço de emergência de intensidades sem nome; espaço de incubação de novas sensibilidades e de novas línguas ao longo do tempo. A análise do desejo, desta perspectiva, diz respeito, em última instância, à escolha de como viver, à escolha dos critérios com os quais o social se inventa, o real social. Em outras palavras, ela diz respeito à escolha de novos mundos, sociedades novas. A prática do cartógrafo é, aqui, imediatamente política” *

Trechos de Suely Rolnik: Cartografia Sentimental, Transformações contemporâneas do desejo, Editora Estação Liberdade, São Paulo, 1989.